Que passa levantando o pó vermelho
Nas galiléias do meu coração.
O Jesus que caminha nos meus mares,
Nas praias tropicais dos meus pesares,
Nas montanhas azuis da minha solidão.
Ele entra nos meus templos orgulhosos,
Empunhando o chicote de juiz,
Entra nas minhas tempestades fortes,
Concedendo-me a santa diretriz.
Meu Cristo é um Cristo vivo,
Que passa levantando o pó cinzento
Pelas judéias do meu coração.
Que lança o meu orgulho tresloucado,
Ao cilício da minha humilhação.
Ele não é o Cristo das paredes,
Pendurado em palácios ou bordéis.
Nem o Cristo incapaz dos crucifixos
Pendido no pescoço de infiéis.
Pois o meu Cristo é o meu maior amigo.
Meu Cristo é um Cristo que se agita
Dentro da divindade infinita
Dentro da humanidade tão precita.
Bem junto ao lago azul do meu pensar
Ele prega agitando as ondas mortas.
Bem junto à noite escura do pecar
Ele me abriu as reluzentes portas.
Pois Ele anda no meu caminho estreito
Sobe o monte infernal da minha dor.
Morre na cruz feral da minha culpa,
Desce ao túmulo vil do meu negror.
Depois de ergue na aurora dos meus sonhos.
Meu Cristo é um Cristo vivo.
Que passa levantando o pó imundo
Nos continentes do meu coração.
Pelo meu céu inteiramente lindo.
Pelo estelar caminho conquistado,
Na cruz, de infâmias e de glórias!
No hay comentarios.:
Publicar un comentario